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ELE CRUZOU A FRONTEIRA ILEGALMENTE HÁ 30 ANOS E HOJE FINALMENTE RECEBE SEU "GREEN CARD"

No entanto, para César Vargas, líder dos dreamers, seu "Green Card" tem um sabor amargo.

Nem todas as histórias têm um final de filme, especialmente quando se trata da vida de muitos imigrantes nos EUA.

Quase 30 anos depois de ter atravessado ilegalmente a fronteira, Cesar Vargas, líder do movimento dos "dreamers", finalmente recebeu seu "green card", um triunfo com certo gosto amargo ao pensar em seus companheiros de luta por um futuro no país eles consideram o seu.

"Esta é uma vitória pessoal agridoce, já que há milhares de jovens cobertos pelo DACA (Ação Diferida) que correm o risco de perder essa proteção e também merecem ser residentes legais", diz Vargas, co-fundador da Dream Action Coalition, em entrevista por telefone.

Vargas tinha apenas cinco anos quando, junto com sua mãe e seus irmãos, cruzou a fronteira ilegalmente. A partir dessa experiência ele não se lembra muito, apenas que "correu e correu" e que seu irmão caiu e foi pego por uma pessoa que os ajudou para que eles não fossem apanhados por agentes da "Migra" (Imigração).

Essa experiência e o amor de sua família o levaram a seguir seus sonhos e se tornar o primeiro advogado de imigração indocumentado em Nova York depois de uma batalha judicial nos tribunais porque lhe foi negado o direito de exercer sua profissão devido ao seu status de imigrante.

Este mexicano nativo de Puebla indica que ele navegou pelo complicado sistema de imigração e, graças ao DACA, e o amor de sua esposa conseguiu criar seu próprio caminho para a residência e a futura cidadania dos EUA.

Mas nem todos os jovens sob a proteção deste programa, criado em 2012 pelo então presidente Barack Obama, para protegê-los da deportação e que agora o governo Trump quer revogar, podem regular seu status imigratório, mesmo que sejam casados ou tenham parentes americanos.

Em seu caso específico, Vargas processou uma autorização especial previamente concedida pelo governo federal a jovens com DACA para sair e retornar ao país, conhecida como "liberdade condicional" (advance parole).

Ao ter uma entrada "legal" no país, Vargas conseguiu ajustar seu status e ficar isento de uma lei que pune até 10 anos sem poder retornar aos EUA para pessoas que viveram ilegalmente neste país.

Depois que a ala dura dos republicanos chamou a "liberdade condicional" de "anistia pela porta dos fundos", o presidente Donald Trump pediu ao Departamento de Segurança Interna (DHS) que restringisse a emissão dessas permissões.

"Quando nós transacionado essas permissões (advance parole) depois que chegamos ao DACA foi porque queríamos ir para o México para visitar nossas famílias, conhecer um país que deixamos quando crianças e nunca pensar como isso afetaria um caminho para a cidadania para muitos jovens no futuro", explica Vargas, 34 anos.

Um forte crítico desta medida foi o senador Chuck Grassley (R-Iowa), que falou fortemente contra a administração Obama por ter criado esta "lacuna" que assegura permite que os beneficiários de DACA abusem das leis de imigração obterem um "green card".

"Há milhares de jovens com DACA que, como eu, merecem ser residentes neste país e vemos que a atual administração continua a negar-lhes esse direito", lamenta o advogado.

Agora, com o seu "green card" na mão, Vargas afirma ter muitos planos, mas antes de tudo, continuar lutando por reforma da imigração, já que entre os milhões de imigrantes indocumentados que estão em perigo de deportação está seu irmão, que tem DACA e sua própria mãe.

Então ele planeja ir para o México, não para "férias", mas para visitar na fronteira os veteranos soldados dos EUA que foram deportados.

E finalmente, em um objetivo de longo prazo, ele quer finalmente se tornar um cidadão deste país, porque está convencido de que somente com o voto uma mudança pode ser alcançada em favor da comunidade de imigrantes.


Law Offices of Witer DeSiqueira
Fonte: eldiariony.com


OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração.

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