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PREOCUPANTE A INTENÇÃO DO GOVERNO DE MONITORAR AS REDES SOCIAIS DOS IMIGRANTES

Os especialistas veem como uma interferência desnecessária e perturbadora a intenção dos EUA de adicionar as contas do Facebook outras redes sociais aos "A-files" dos imigrantes.

A partir de 18 de outubro, o Departamento de Segurança Interna (DHS) começará a coletar informações sobre contas de redes sociais de imigrantes ou estrangeiros nos Estados Unidos para incluí-las nos arquivos já extensos que eles mantêm de qualquer pessoa que tenha ou teve um processo de imigração e naturalização ou algum contato com as autoridades de imigração.

De acordo com um relatório publicado no Federal Register, é uma questão de adicionar esta informação ao "A-File" de cada pessoa, incluindo cidadãos naturalizados e residentes legais, afim de "facilitar a administração de benefícios e aplicação da lei imigração e proteção da segurança nacional".

O "A-File" significa "arquivo alienígena" (A é a inicial de "alien" que significa estrangeiro em inglês e é um termo legal usado nos Estados Unidos para todas as pessoas não nascidas nos EUA). O A-file já inclui uma quantidade extensa de dados de pessoas que estiveram em contato com autoridades de imigração, funcionários da fronteira, tribunais de imigração, USCIS, etc.

Mas o DHS quer ainda mais dados e a notificação do Federal Register deixa claro que as contas de redes sociais agora são também um método investigativo.

Isso não é realmente novo, mas sua articulação sob a forma de regras é preocupante, disse Charles Kuck, professor de direito na Emery University em Atlanta.

"A notícia aqui é que há anos que o governo federal usa as mídias sociais das pessoas em investigações específicas, mas esta é a primeira vez que eles adotaram um regulamento dizendo formalmente que eles manterão essa informação, isto é, eles terão isso para qualquer uso futuro", disse Kuck.

De particular preocupação é a necessidade de monitorar de forma especial as mídias sociais dos imigrantes. "Agora são os imigrantes, então é o mundo inteiro", disse Kuck.

As mídias sociais como o Facebook foram usadas para procurar informações incriminadoras sobre casos de terrorismo, incluindo o ataque de San Bernardino de Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik em 2015.

No entanto, os especialistas dizem que uma coisa é revisar as mídias sociais de grupos suspeitos de crimes pequenos ou outros e outra coisa muito diferente é manter milhões de contas Facebook, Twitter ou Instagram em um arquivo do governo.

"Recolher esta quantidade de informação é caro e um desperdício de tempo", disse Alex Nowrasteh, analista do Instituto Cato, uma organização inclinações políticas libertárias, em geral oposta à interferência do governo na vida dos indivíduos. "Não ajudará em segurança, não faz sentido, já que as mídias sociais já são públicas".

Tom Saenz, do Fundo Mexicano de Defesa Legal (MALDEF), preocupa-se com o fato de que essa informação fará com que os imigrantes se impeçam de participar da vida política ou pública.

"Eu não sei se esse é o objetivo, mas isso pode ser consequência deste anúncio", disse Saenz. "O que o governo pode ganhar com isso? Não estou claro, mas acho que é preocupante porque pode fazer com que os cidadãos sintam que não podem expressar publicamente certas ideias".

O advogado de imigração, Ashkan Emami, do Path Law Group, em Los Angeles, diz que não é possível saber para o que o governo planeja usar essa informação, mas considera que os imigrantes devem protestar contra seus congressistas.

"Cidadãos especialmente naturalizados e residentes permanentes, acho que devem expressar suas preocupações a respeito dos congressistas", disse Emami. "Este é um tipo de vigilância desnecessária que não é eficaz no ponto de vista da segurança porque tanta informação que eles deveriam rever para prevenir algo é praticamente impossível que eles possam aproveitar isso".

Law Offices of Witer DeSiqueira
Fonte: laopinion.com


OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração

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