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DE SAPATEIRO A INTÉRPRETE DO PRESIDENTE OBAMA

A infância humilde no Parque Progresso e os estudos em escolas públicas de Franca, como “Pedro Nunes Rocha”, “Adalgisa de São José Gualtieri” e “Dante Guedine”, fazem parte da biografia de Douglas Alexandre Goulart Simões, 40. Filho de trabalhadores rurais e mais seis irmãos, ele chegou a trabalhar em fábricas de calçados como cortador e, antes de ingressar na carreira de tradutor e intérprete, lavou pratos e foi garçom durante uma longa estadia em Londres, na Inglaterra.
No mês passado, um trabalho nos Estados Unidos foi como uma coroação da profissão que abraçou há 16 anos. Ao lado da sócia, Simões fez a tradução simultânea do presidente Barack Obama, para o português, durante a Cúpula de Investimento SelectUSA 2016, evento que promove o investimento estrangeiro. “O presidente fez a palestra principal e, após esse trabalho, houve uma repercussão enorme. Não esperava por esse retorno”, conta.
Para chegar a esse patamar, Simões se abdicou da família, amigos e namoros e se dedicou exclusivamente aos estudos. Sua trajetória começou ainda em Franca. Incentivado por professores, descobriu a leitura. Em seguida, conquistou bolsa de estudo para fazer o ensino médio no Pestalozzi. De lá, foi aprovado em ciências sociais na UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e, a convite de uma amiga, acabou indo para a Inglaterra durante um período de greve da universidade.
 “Fui para ficar três meses e acabei passando quatro anos sem voltar para o Brasil. Tudo era muito caro e não havia internet como agora”, lembra.
A temporada esticada fez com que o francano se apaixonasse pela língua inglesa e o obrigou a trabalhar até em mais de dois empregos para se sustentar. Nesse período, Douglas lavou pratos, foi garçom e também trabalhou em jornal, fazendo entrevistas por telefone em português e traduzindo para o inglês, ao mesmo tempo em que continuava os estudos do idioma.
“Pensei muitas vezes em desistir. Foi um período muito difícil, mas fui persistente e consegui ficar.”
A experiência abriu portas e, ao retornar ao Brasil, já tinha engatilhado um emprego no Rio de Janeiro, como tradutor de uma empresa prestadora de serviço para a Petrobras. Simões também passou a trabalhar como professor, para completar a renda e a estudar como foco em um concurso público de tradutor juramentado – profissional esse reconhecido oficialmente por instituições e órgãos públicos. “Esse é um concurso muito concorrido da Junta Comercial. Passei no Rio Grande do Sul e, depois de um ano e meio, transferi para o Rio de Janeiro. Nesse período, comecei a me interessar pela tradução simultânea e fui em busca de um curso.”
Graças à carreira, Simões abriu uma empresa e pôde conhecer inúmeros países e a vivenciar diferentes experiências. “Devido ao talento nato, sempre tive o desempenho elogiado e isso me ajudou a trabalhar com o consulado dos EUA no Brasil. Viajei todo o território nacional traduzindo especialistas em treinamento com policiais. Também passei a acompanhar delegações brasileiras lá fora e a participar de eventos com o governo americano. Como sou de Franca, tenho muito orgulho da cidade e devo muito a ela e a grandes professores todas essas conquistas.”

Fonte: http://gcn.net.br/noticias/327880/franca/2016/07/de-sapateiro-a-interprete-de-obama

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